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sábado, 21 de setembro de 2013

MULTIPOLAR E MULTICIVILIZACIONAL: EIS O MUNDO PÓS GUERRA FRIA

O CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES
UM MUNDO MULTIPOLAR E MULTICIVILIZACIONAL

No mundo pós Guerra Fria, pela primeira vez na história, a política mundial se tornou multipolar e multicivilizacional. 
Terminada a bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, a história contemporânea seria movida por conflitos entre civilizações, dos quais aquele liberalismo- como expressão da civilização ocidental- e islamismo seria o mais agudo.
A nova doutrina imperial norte-americana adota as teses de Huntington para interpretar o significado dos atentados de 11 de setembro de 2001, retomando expressões como uma “nova cruzada”  e “eixo do bem e do mal”, sob um claro pano de fundo de criminalização do islamismo e de caracterização das sociedades árabes contemporâneas.

Samuel Huntington, famoso expert das relações internacionais, se posiciona no contrapé do idealismo. Ele alerta para o risco de um choque entre oito civilizações que não partilham os mesmo valores, e notadamente entre as civilizações ocidental, islâmica e confuciana (as cinco outras, de acordo com ele, seriam: a latino-americana, a africana, a hindu, a eslavo-ortodoxa e a nipônica).
Otimistas, universalistas e mundialistas ficaram escandalizados. Huntington considera-os ingênuos. Seus opositores o acusam de induzir ao confronto, de formular uma "profecia autorrealizadora", quando, ao contrário, o que ele pretende é advertir. Os realistas não acreditam em uma aliança Islã-China antiocidental.
Desde então, tudo acontece como se – embora declarando rejeitar a "teoria" do choque de civilizações – um grande número de ocidentais, na esteira da administração Bush e dos neoconservadores, partilhasse do pensamento de Huntington e dele tirasse conclusões bem particulares.
Os praticantes do Islaminismo fundamentalistas têm uma posição igualmente radical e, como fizeram os cristãos por muito tempo, dividem o mundo entre fiéis e infiéis.
Outros ocidentais, bem como os muçulmanos moderados, negam tal perspectiva (essa "teoria") em nome do universalismo, mas, sobretudo, porque ele os preocupa.
Outros, por fim, estimam que o choque Islã-Ocidente, ao contrário, é um risco sério devido às minorias fanáticas e a uma profunda ignorância mútua que predispõe à desconfiança. Estes não combatem a "teoria", mas tentam afastar o risco e neutralizar os conflitos, propondo, para começar, a paz no Oriente Médio e preconizando o diálogo.




EMIR SADER- A VINGANÇA DA HISTÓRIA
SAMUEL  HUNTINGTON -CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES





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